Apesar do habitual aumento do trabalho assistencial, outubro foi também um mês de grande atividade científica. Mais uma vez, a multiplicidade, diversidade e polivalência do conhecimento do Internista fez-se sentir. Iniciámos o mês, com as XIII Jornadas do Núcleo de Estudos das Doenças do Fígado. No Porto, a doença hepática avançada foi o mote para a discussão. Foi discutida a abordagem das suas complicações e as suas diferentes etiologias. Na semana seguinte, a viagem fez-se a sul. Em Portimão efetuou-se o 5º Congresso Nacional da Urgência. Nele explorou-se o tema “(Re)Pensar a Urgência nos 40 anos do SNS”. A resolução do caos permanente e do número de episódios de urgência deve assentar numa maior informação da população, na criação de incentivos e protocolos nos cuidados de saúde primários, na adoção de estratégias hospitalares lideradas por Internistas que retirem doentes do SU e na reformulação do apoio médico aos lares e aos cuidados continuados. Na mesma altura e novamente no Porto, reuniu-se o Núcleo de Estudos de Insuficiência Cardíaca. Esta doença que afeta quase meio milhão de portugueses é tratada em 80% dos casos por Internistas. A dificuldade na abordagem e a necessidade de criar protocolos terapêuticos na IC com fração de ejeção preservada foi abordada. A Sociedade Espanhola de Medicina Interna (SEMI) esteve também presente. Uma semana depois, em Vila Franca de Xira, reuniu-se a Medicina Interna/Diabetes. Pela primeira vez e em simultâneo foi efetuado o primeiro simpósio ibérico com a participação ativa da nossa congénere espanhola. No fim de outubro, foi a vez dos Internistas dedicados à patologia respiratória se reunirem no Norte. O papel central da Medicina Interna e a sua relação com a Medicina Geral e Familiar, a Pneumologia e a Infeciologia foi destacado. A abordagem das infeções respiratórias dominou o programa. Também neste mês e não menos importantes tivemos três reuniões com o patrocínio científico da SPMI: “Hot Topics em Hepatologia – 1ª Reunião do Grupo Hepatológico Transmontano”, as “I Jornadas de Medicina Interna do Minho” e o “4º Encontro de Autoimunidade do grupo HPA Saúde”. As primeiras tiveram lugar em Vila Real e são o protótipo da procura de sinergias entre dois centros hospitalares vizinhos (Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro e Unidade Local de Saúde do Nordeste); as segundas constituíram o pontapé de saída de um serviço em formação no Trofa Saúde Hospital e as terceiras um encontro de autoimunidade com palestrantes de excelência nacionais e internacionais sobre o protótipo de doenças com atingimento multissistémico. O FORMI manteve a sua descentralização realizando o 5º curso “Bases de Antibioterapia para Internistas” no Seminário de Vilar no Porto. O grande número de eventos em outubro demonstra que a Sociedade está viva e ativa e que os Núcleos de Estudos constituem o seu motor nesta viagem. Novembro será também de qualidade, mas com outros protagonistas para um mesmo objetivo: tornar a Medicina Interna mais forte. Por fim, saúdo os novos internos de Medicina Interna. Que, após muita ponderação, tenham feito a escolha acertada e que saibam encontrar na Medicina Interna a sua realização profissional e consequentemente pessoal. “O caminho faz-se caminhando...” Fernando Salvador
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